quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Voz que canta!

 
Nós a vimos, um dia desses. E a ouvimos. Tratava-se de um espetáculo com entrada franca, promovido por instituição espírita benemérita.
Ela adentrou o palco e a plateia ficou muda. Fora anunciada como solista de algumas óperas famosas e com trabalhos valiosos em técnica vocal. Currículo longo, invejável, que o mestre de cerimônias fez questão de exaltar, em detalhes.
Com um sorriso nos lábios, recebeu a luz dos spot-lights. Nada, em sua aparência, denotava tristeza, esforço físico.
Andou até à frente do palco, amparada pelas muletas. Postou-se, olhou para o maestro e abriu a boca. E cantou... com alma, mente e coração.
A flauta que trazia engastada na garganta foi acionada em escalas harmoniosas.
A música sacra que lhe brotou dos lábios nos remeteu a Bach que, um dia, afirmou: O único objetivo de toda música deve ser a glória de Deus e uma recreação agradável.
Para ele, a música era um ato de adoração, como se as notas, depois de saírem do alcance do ouvido humano, continuassem a subir para os céus, num hino de louvor.
Enquanto ela emocionava a plateia de pouco mais de quatrocentos lugares, com sustenidos e bemóis, ficamos a pensar em quantos de nós nos consideramos inúteis, por sermos portadores de pequena deficiência visual, por termos dificuldade para andar mais rápido, por necessitarmos colocar uma prótese dessa ou daquela natureza.
Mas Liane, a solista, é uma mulher independente. Em seu carro adaptado, ela se locomove para todos os lugares.
É mestranda em música na área de Cognição, Filosofia e Educação musical, Canto solista e Canto coral no Curso de Licenciatura em música da Faculdade de Artes do Paraná.
E canta, sorrindo. Toca a alma das pessoas. Projeta a voz, louvando a vida, a Divindade, o seu dom.
*   *   *
Um exemplo de vida. Um exemplo de que a vida deve ser vivida em totalidade, não importando condições.
Dificuldades existem para serem superadas. Para o Espírito demonstrar que ele é o comandante do corpo, o diretor da vida.
O Espírito é que determina o tipo de vida que deseja. Por isso, há quem se sinta frustrado, menos aquinhoado e se entregue a cuidados alheios, em total dependência.
E há os que idealizam para si mesmos a superação e causam admiração aos homens pelas suas conquistas.
Esses vencem, apesar de tudo, e se transformam em pessoas felizes. Por vezes, em criaturas que fazem muitas outras mais felizes.
E quando se os vê cantando, lecionando, pintando, produzindo, nem nos apercebemos que a pessoa é portadora dessa ou daquela deficiência.
São exemplos de tenacidade, de perseverança.
Espelhemo-nos neles, fortalecendo em nós a vontade de estudar, aprender, produzir, crescendo sempre.

Redação do Momento Espírita, com base em fatos da vida da cantora lírica Liane Guariente, residente em Curitiba, Paraná.
Em 17.02.2011.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Escola da vida!

 
O pedagogo francês Allan Kardec afirmava que educar é a arte de formar caracteres. O conceito, embora sintético, traduz toda a complexidade da atividade de educar.
A ação de educar, no sentido amplo da palavra, que vai muito além do instruir, exige o esforço e a dedicação aplicados ao longo do tempo, em um processo contínuo e perseverante.
Será na observação e nos pequenos detalhes que a educação, que a formação do caráter se construirá. E o bom educador estará sempre atento aos passos do seu tutelado.
Porém, não é só na escola que nos educamos. E não são somente as crianças que precisam aprender algo.
Com cada um de nós se passa da mesma forma. Estamos todos no processo educativo, de aprendizado, para conhecer e entender as coisas de Deus, por toda a nossa vida.
Reencarnamos para, a cada experiência terrena, aprender um tanto mais, insculpindo em nossa intimidade o bem e a felicidade.
Mas, para isso, é necessário que passemos pelo processo do aprender, do educar-se.
Afinal, ninguém saberá ler sem o esforço inicial de conhecer o alfabeto, assim como ninguém será versado na matemática, sem o exercício contínuo de manipular os números.
Desta forma, as experiências na Terra sempre trazem consigo o convite ao aprendizado. E para que esse aprendizado aconteça é necessário que entendamos o que a vida nos propõe.
Algumas vezes, a doença desafiadora é o convite da vida para aprendermos a fé e a coragem.
Em outro momento, será a dificuldade financeira a nos ensinar a perseverança, a honestidade, a honradez.
Haverá momentos onde o parente difícil, o cônjuge exigente serão os caminhos que a vida oferecerá para o aprendizado da paciência, da humildade, da compreensão.
As discrepâncias sociais, o desequilíbrio econômico, que geram a miséria e a penúria, serão para nós o aprendizado da solidariedade e da generosidade.
A morte do ente querido, que retorna ao mundo espiritual apartando-se momentaneamente de nós, nos oferece a chance de aprendermos a resignação e a obediência frente aos desígnios da vida.
E as querelas e relacionamentos difíceis no trabalho e no ambiente familiar sempre oportunizarão o aprendizado da benevolência e do perdão.
Por isso, percebamos que a vida será sempre rica em oportunidades, qual uma escola a funcionar todos os dias, com os mais variados professores a nos oferecerem as lições necessárias.
E é Deus, como Pai amoroso, quem cuida do processo de aprendizado de cada um de nós, oferecendo-nos aquilo que melhor nos cabe, no momento mais adequado.
Assim, se as lições da vida baterem à nossa porta, algumas vezes desafiadoras, não temamos nem nos desesperemos.
Confiemos em Deus, o educador maior de todos nós, e apoiemo-nos Nele, através da oração, para que possamos melhor nos conduzir frente às lições.
Assim procedendo, os aprendizados se farão mais efetivos, e mais breves serão as estradas que nos levarão à felicidade e à paz daqueles que já conhecem e agem de acordo com as Leis de Deus.

Redação do Momento Espírita.
Em 18.02.2011.

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